...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsDsqHWS4bVJlWZpG3WS52HrWL8sj88VsAdcF1LkeOtaxIn5YFlqPxOcskHROR1_-9SbXSb7MFFDslABNzthrBDFnGadJiBNqBPUAp7Mr97hcmhoQviXcJ6hDmvsZpga3L2BnB/s320/Israel+Zzepda+-+naufragio+entre+emociones+sml.jpg)
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Cecília Meireles
1 comentário:
Quando ouço Amália neste poema...
... acho que mergulho também.
***
Enviar um comentário