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sexta-feira, setembro 15, 2006

Espáduas brancas palpitantes

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Polina Nechaeva


Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.


Natália Correia

2 comentários:

eccerui disse...

"Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis."

Acho fantástico
Cada vez vale mais a pena vir aqui.
Beijos
Ecce

Anónimo disse...

Sabes, estive para colocar só esta parte do poema. Acho-a belissima.

Gosto das tuas visitas :)
Obrigada.
Beijos
Maria Lisboa