...
Ron Francis - un trompe l`oeil
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, agosto 28, 2006
terça-feira, agosto 22, 2006
Parabéns!
Marc Chagall
BODAS DE OURO (para os meus Pais no dia das suas Bodas de Ouro)
Fazem hoje 57 anos de casados
... mas o sentimento continua o mesmo.
Olhando para trás, recordamos
o dia em que nos conhecemos,
o começo do nosso namoro,
o início da nossa vida em comum,
o nascimento de cada um dos nossos filhos.
Olhando para trás, recordamos
os problemas que resolvemos juntos,
as alegrias que partilhámos,
os “pequenos” e “grandes” momentos
que foram o nosso dia a dia.
Olhando para trás, recordamos
como, pouco a pouco,
fomos concretizando os nossos sonhos.
E, ao recordarmos, apercebemo-nos
que, para nós, cada dia,
é sempre aniversário de qualquer coisa;
de qualquer coisa que partilhámos os dois,
que sentimos os dois, que construímos os dois.
Mas hoje!
Oh, que dia tão especial o de hoje!
Faz 50 anos!
Faz 50 anos que nos unimos pelo casamento,
que prometemos, um ao outro, perante o mundo,
que nos amaríamos e respeitaríamos
para o resto das nossas vidas.
Faz 50 anos!
Faz 50 anos que o casamento
nos juntou na espiral do amor.
Amando-nos e respeitando-nos
crescemos juntos.
De mãos dadas, fomos e somos,
amigos, amantes, companheiros.
Por isso, especialmente hoje,
perante todos vós,
que fazem parte da nossa vida
e nos ajudaram a ser o que somos,
renovamos os votos de amor e respeito,
feitos há 50 anos, ... feitos todos os dias.
Queremos que saibam
que nos amamos e respeitamos muito;
que prometemos amarmo-nos sempre,
cada vez mais (se é que isso ainda é possível!);
que continuamos a gostar
de estar casados um com o outro.
Ontem... Hoje... Amanhã...
juntos seremos sempre
a melodia de um Hino de Amor.
................................... Agosto de1999
que nos amamos e respeitamos muito;
que prometemos amarmo-nos sempre,
cada vez mais (se é que isso ainda é possível!);
que continuamos a gostar
de estar casados um com o outro.
Ontem... Hoje... Amanhã...
juntos seremos sempre
a melodia de um Hino de Amor.
................................... Agosto de1999
...
Obrigada.
Um grande beijo para os dois.
Maria Ema
segunda-feira, agosto 21, 2006
Há noites que...
...
P Crockett
Há noites que são feitas dos meus braços
E um silêncio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.
Há noites que levamos à cintura
Como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
Duma espada à bainha dum cometa.
Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
À mais longínqua onda do seu canto.
Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo.
Há noites que são lírios e são feras
E a nossa exactidão de rosa vil
Reconcilia no frio das esferas
Os astros que se olham de perfil.
Natália Correia
P Crockett
Há noites que são feitas dos meus braços
E um silêncio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.
Há noites que levamos à cintura
Como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
Duma espada à bainha dum cometa.
Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
À mais longínqua onda do seu canto.
Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo.
Há noites que são lírios e são feras
E a nossa exactidão de rosa vil
Reconcilia no frio das esferas
Os astros que se olham de perfil.
Natália Correia
terça-feira, agosto 15, 2006
Azulejos de Lisboa
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Azulejos - Miradouro de Santa Luzia
Fotografia de Paulo Azevedo
Azulejos da cidade,
numa parede ou num banco,
são ladrilhas da saudade
vestida de azul e branco.
Bocados da minha vida,
todos vidrados de mágoa,
azulejos, despedida
dos meus olhos, rasos de água.
À flor dum azulejo, uma menina;
do outro, um cão que ladra e um pastor.
Ai, moldura pequenina,
que és a banda desenhada
nas paredes do amor.
Azulejos desbotados
por quanto viram chorar.
Azulejos tão cansados
por quantos viram passar.
Podem dizer-vos que não,
podem querer-vos maltratar:
de dentro do coração
ninguém vos pode arrancar.
À flor dum azulejo, um passarinho,
um cravo e um cavalo de brincar;
um coração com um espinho,
uma flor de azevinho
e uma cor azul luar.
À flor do azulejo, a cor do Tejo
e um barco antigo, ainda por largar.
Distância que já não vejo,
e enche Lisboa de infância,
e enche Lisboa de mar.
Intérprete - Carlos do Carmo (Fado Dos Azulejos)
Letra: Ary dos Santos
Música: Martinho de Assunção
Azulejos - Miradouro de Santa Luzia
Fotografia de Paulo Azevedo
Azulejos da cidade,
numa parede ou num banco,
são ladrilhas da saudade
vestida de azul e branco.
Bocados da minha vida,
todos vidrados de mágoa,
azulejos, despedida
dos meus olhos, rasos de água.
À flor dum azulejo, uma menina;
do outro, um cão que ladra e um pastor.
Ai, moldura pequenina,
que és a banda desenhada
nas paredes do amor.
Azulejos desbotados
por quanto viram chorar.
Azulejos tão cansados
por quantos viram passar.
Podem dizer-vos que não,
podem querer-vos maltratar:
de dentro do coração
ninguém vos pode arrancar.
À flor dum azulejo, um passarinho,
um cravo e um cavalo de brincar;
um coração com um espinho,
uma flor de azevinho
e uma cor azul luar.
À flor do azulejo, a cor do Tejo
e um barco antigo, ainda por largar.
Distância que já não vejo,
e enche Lisboa de infância,
e enche Lisboa de mar.
Intérprete - Carlos do Carmo (Fado Dos Azulejos)
Letra: Ary dos Santos
Música: Martinho de Assunção
quinta-feira, agosto 10, 2006
Desenho da vida
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Gennady Privedentsev
Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projecto-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.
Cecília Meireles
Gennady Privedentsev
Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projecto-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.
Cecília Meireles
terça-feira, agosto 08, 2006
De todas, a mais bela...
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fotografia pessoal (quadro com assinatura indecifrável)
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
As ondas quebravam uma à uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só p’ra mim
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
Sophia de Mello Breyner
fotografia pessoal (quadro com assinatura indecifrável)
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
As ondas quebravam uma à uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só p’ra mim
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
Sophia de Mello Breyner
terça-feira, agosto 01, 2006
Desencontro...
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John Singer Sargent
Não sei em que esquina da vida me perdi
Em que rua devia ter virado
Que caminho devia ter continuado
E não continuei.
Nem sei sequer
Se fui eu que perdi a vida
Ou ela que se perdeu de mim.
E fiquei assim sem norte
Vagueando, errante
Entregue à minha sorte
Sem rumo ou rota traçada.
Hoje
Caminho atenta a todos os becos
Todas as ruas e recantos
Tentando encontrar a esquina da vida
Onde me perdi
Ou onde a vida perdendo-me
Se esqueceu de mim.
(encandescente - blog eroticidades)
John Singer Sargent
Não sei em que esquina da vida me perdi
Em que rua devia ter virado
Que caminho devia ter continuado
E não continuei.
Nem sei sequer
Se fui eu que perdi a vida
Ou ela que se perdeu de mim.
E fiquei assim sem norte
Vagueando, errante
Entregue à minha sorte
Sem rumo ou rota traçada.
Hoje
Caminho atenta a todos os becos
Todas as ruas e recantos
Tentando encontrar a esquina da vida
Onde me perdi
Ou onde a vida perdendo-me
Se esqueceu de mim.
(encandescente - blog eroticidades)
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