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NUMA LISBOA ASSASSINADA Porquê o sonoque nunca durmoDe que me escondoCom que me cruzoSob que escombrosde que futurome reencontro ou me sepultoQue mar ao longeQue ruas sulcoPor onde rondoQue céu Que burgoeste que em sonhosem vão procuro.David Mourão-Ferreira
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NUMA LISBOA ASSASSINADA
Porquê o sono
que nunca durmo
De que me escondo
Com que me cruzo
Sob que escombros
de que futuro
me reencontro
ou me sepulto
Que mar ao longe
Que ruas sulco
Por onde rondo
Que céu Que burgo
este que em sonhos
em vão procuro.
David Mourão-Ferreira
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