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quarta-feira, maio 02, 2007

A chuva regressou pela boca da noite...

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Kawase Hasui
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A chuva regressou pela boca da noite
Da sua grande caminhada
Qual virgem prostituída
Lançou-se desesperada
Nos braços famintos
Das árvores ressequidas!
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(Nos braços famintos das árvores
Que eram os braços famintos dos homens...)
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Derramou-se sobre as chagas da terra
E pingou das frestas
Do chapéu roto dos desalmados casebres das ilhas
E escorreu do dorso descarnado dos montes!
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Desceu pela noite a serenar
A louca, a vagabunda, a pérfida estrela do céu
Até que ao olhar brando e calmo da manhã
Num aceno farto de promessas
Ressurgiu a terra sarada
Ressumando a fartura e a vida!
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Nos braços das árvores...
Nos braços dos homens...
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Onésimo Silveira

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