...
Gustav Klimt
Desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito
É rede a tua língua
em sua teia
é vício as palavras
com que falas
E queres-me de amor
e dás-me o tempo
a trégua
a entrega
o disfarce
E lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes
Despertas-me de noite
com o teu corpo
tiras-me do sono
onde resvalo
E eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vais descobrindo vales.
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Maria Teresa Horta.
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