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Photographer Matt Mueller - Painting in room 1414
of the Ascott Metropolis Hotel.
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Os ais de todos os dias
os ais de todas as noites
ais do fado e do folclore
o ai do ó ai ó linda
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Os ais que vêm do peito
. . . ai pobre dele coitado
. . . que tão cedo se finou.
Os ais que vêm da alma
ais d'amor e de comédia
. . . ai pobre da rapariga
. . . que se deixou enganar
. . . ai a dor daquela mãe.
Os ais que vêm do sexo
os ais do prazer na cama
os ais da pobre senhora
agarrada ao travesseiro
. . . ai que saudades saudades
os ais tão cheios de luto
da viúva inconsolável.
Ai pobre daquele velhinho
. . . ai que saudades menina. . .
. . . ai a velhice é tão triste
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Os ais do rico e do pobre
. . . ai o espinho da rosa
os ais do António Nobre
ais do peito e da poesia
e os ais doutras coisas mais
. . . ai a dor que tenho aqui
. . . ai o gajo também é
. . . ai a vida que tu levas
. . . ai tu não faças asneiras
. . . ai mulher és o demónio
. . . ai que terrível tragédia
. . . ai a culpa é do António
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Ai os ais de tanta gente
. . . ai que já é dia oito
. . . ai o que vai ser de nós.
E os ais dos liriquistas
a chorar compreensão.
Ai que vontade de rir
E os ais do D. Dinis
. . . ai Deus e u é.
Triste de quem der um ai
sem achar eco em ninguém
Os ais da vida e da morte
. . . ai os ais deste país
.
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Mendes de Carvalho ...
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